Na quinta-feira (29), a Federação Internacional de Xadrez (FIDE) revelou a intenção de iniciar uma investigação em resposta às alegações de trapaça feitas pelo campeão mundial de xadrez Magnus Carlsen. Carlsen acusou seu colega Hans Niemann de comportamento suspeito, argumentando que o “progresso acima do tabuleiro” de Niemann era atípico durante a Sinquefield Cup, onde Carlsen sofreu uma derrota para Niemann.
Hans Niemann admitiu ter trapaceado no xadrez online quando tinha 12 e 16 anos, mas afirmou veementemente que nunca recorreu a trapaças em partidas presenciais (“over-the-board”). A Comissão de Jogo Limpo (FPL) da FIDE constituiu um painel de investigação composto por três membros para examinar as acusações de Carlsen e a declaração de Niemann sobre trapaças online.
A presidente da FPL, Salomeja Zaksaite, pediu à comunidade de xadrez que evite especulações sobre resultados e possíveis sanções até a conclusão adequada da investigação. A FIDE informou que o painel tem a prerrogativa de buscar consultas com especialistas externos, se necessário. O comunicado da federação enfatizou o compromisso em analisar todas as evidências disponíveis para chegar a uma decisão justa, protegendo os direitos de ambas as partes durante o processo.
Em relação às alegações, Emil Sutovsky, diretor geral da FIDE, enfatizou que a trapaça é um “problema significativo” no xadrez online, destacando que há muito tempo existem medidas nos jogos presenciais para detectar trapaças. Ele mencionou a utilização de scanners não lineares, atrasos na transmissão para reduzir as chances de trapaça e oficiais de fair play que monitoram fisicamente as ações dos jogadores.